quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A NOITE




Meus caninos apodrecem lentamente
Parece prudente que eu seja vencido.
Que se faça a vontade e se cumpra a sina,
Aceito a sentença que vem do desconhecido. 
Ofereço a Baco o rubro da carne e as tentações do prazer.
As tradições milenares, a vontade de ser,
Ser além do esperado. 
Perco-me na plantação de sonhos! 
Acho o motivo em um copo e o esqueço em tropeços.
Por idéias, estou preso e acorrentado
Leso por não acreditar em chances que sempre chegam. 
Ouço o ranger da alvorada e as passadas do relógio...
Que mistérios me aguardam ao fim do quarteirão? 
Abatido, termino o vinho que tanto me acompanhou 
Desapareço na escuridão entre vielas e calçadas. 
Vou chegando ao término de uma rotina que sempre tive
Relembro a fotografia sinto lentamente à brisa forte
O destino faz-me perceber a cortina que estivera perto
Meu corpo pálido e frio é um convite a morte.

              Talbert Igor

2 comentários:

  1. Meu querido, posso afirmar que sua veia poética é surpreendente...são palavras, versos impactantes que invadem a alma!

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  2. Ameiiiii ...muiiito interessante me identifiquei muiito com essa viu!!!!
    parabéns..você é um artista.

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