Em prados noturnos Zaratustra distribuía pegadas
Fitando montes entre morros dos homens
A fonte de serpentes na sombra dos seus animais pairava.
Zaratustra parava em cantos para saciar a fome de mito milenar.
Das moitas de mato Zaratustra ouviu a voz amaldiçoar em olho
de tempestade.
Das estradas e do frio sedento dos mortuários ao cortar o
ar,
Olhando para a figura encolhida, Zaratustra observou a
sanidade.
Encostado às rochas, ria sozinho o rancoroso Brunnusdovar.
Zaratustra fitou o homem com palavras de orações e aspecto.
A terra ouvia cantando para toda cidade penosa
Sua águia lançou uma pinha e fez um juramento
Jurando que o santo era o jumento.
Observando os animais naquela cena ociosa, ria o sábio Zaratustra.
Brunnusdovar vendo a ação dos animais,
Deixou seus ares tumbais,
Pôs a contar uma história sobre o astro decadente.
Já não se via mais tanta verdade sobre o céu da noite.
Zaratustra deixava a imagem sorridente,
Colocando a disposição do homem o ouvindo.
Brunnusdovar sentou-se lentamente e passou a contar o seu
zumbido.
Morria de surdez o violeiro.
Brunnusdovar falava das correntes de vento e esperava conclusões dos seu males:
-Agora direi o que se passou em sonho.
Zaratustra, cuspindo silêncio, concordou em ajudar ao homem.
Então ouviu-se a história:
Acordes alucinaram por noite, aniversário e entranhas da
caatinga.
Os passos e voltas esqueciam discussões vagas e no final
amanheciam acordados.
Um dos homens cuspiu baixo ao outro – Me sinto uma
montanha!
Um dos irmãos foi encontrado na praça central da cidade e
junto a ele pedais de estradas arenosas, um blues vagabundo e rico de tão
simples, um alcatrão e outra garrafa de leão do norte.
Zaratustra olhou para os lados e encontrou argumentos em uma
lição improvisada que saltou das brisas de árvores.
Nesse ponto da história, Zaratustra interrompeu Brunnusdovar
e falou:
-O significado de tal sonho está entre a ligação dos irmãos ao
liquido de embriaguez e as lembranças solúveis das semanas. Não se esqueça da distorção das cordas do velho Di Giorgio. No som você encontrará o caminho dos ares.
Brunnusdovar calou-se por certo ponto digerindo as palavras
e viu as respostas nas retinas da águia.
Zaratustra observando que ele já encontrava seus tesouros
falou:
- Ainda permaneces calado. Continuas infeliz?
Abras os olhos e respire história!
Faças das tardes seu alimento e viva de madrugadas.
Os melhores pés caminham em estradas de noites nubladas.