O trinco e a chave se repelem e procuram encontrar o
contexto...
Os camaradas se reúnem e desenterram histórias da memória
outra vez.
Já não são os mesmos de tempos anteriores.
Um camarada partiu e provou o negro mistério de uma cidade, a carne
tornou-se um vício diário.
Outros se perderam e ingressaram no clã do retardo
temporal.
O fascínio pela lua elétrica... A língua de gestos falseados
é cultuada.
Vejam que o destino de um chega a ser fraseado por outras
bocas,
O tempo passa e a mudança é aparente para boa parte desses
fios de crânios.
Outro continua sedento por respostas, procura vencer as mazelas,
para coroar-se rei do próprio mundo,
Pois já tem outro que lança a loucura de vendavais e cria um
sósia perfeito de si mesmo.
O tempo anda depressa, como sempre são os momentos raros.
Outro exclama do circulo para as paredes e o telhado:
-Não há nada que uma boa dose não resolva!
Vem outro e exclama:
-Camaradas, sairemos dessas sobras de tormentos!
Mais uma voz surge:
-Ouvistes agora?
É o orador desse maldito círculo... É a voz que ecoa
baixinho rente a escuridão.
O trinco e a chave se unem e procuram esquecer esse
contexto.
Os camaradas partem sem um aviso prévio, apenas com apertos
de mãos.
Talbert Igor