Parafuso de cabelos negros
Percorrendo tabuleiros em areais da caatinga
Saia de menina dançando ao vento,
E o vento beijando o negro das ondas.
Mourão de candeia a guardar calmarias de laranjeiras
Aves raras pairando sobre nuvens de minha infância
Porteiras em rodopios folheados aos corredores
E o corredor da memória me escapando outra vez.
Náufragos matemáticos em paredes escolares
Terra ao acalanto de pés descalços
Surras, futebol, montaria e palidez
Visão sobre montes de cascalhos galopa.
O sol morre aos cantos do curral
Enquanto vacas mugem sobre licuris e cajazeiras;
Assim surge o lampião em verticais de taipa
E o vento silencia em madrugadas estreladas.
Talbert Igor