quinta-feira, 9 de agosto de 2012

QUE BROTAS DO CAMPO AO CORREDOR



Um desconhecido desce, ruas cheiram a urina e calçadas têm fome de novos pés.
Movimentos com faces estranhas em estranhos olhares, tudo em todos é suspeito.
Tempo desperdiçado na rotina de passadas apressadas.
Desertos em concretos carregados por becos e ladeiras.
Cruz da redenção que Brotas das curvas da cidade.
Tintas atlânticas tingem campo em realidade, ventos que sopram do corredor grandes verdades da federação tardia.
Pressa paralela ao medo, pessoas em degraus com tom de despedidas.
Ruas cheiram a urina, mais um desconhecido sobe. Segue a fila...


                                  Talbert Igor

AUGUSTO DOS ANJOS E DEMÔNIOS




Alma, delírios e desgraças rotineiras de um ser,
Mazela que aponta em sinas humanas.

Pronunciar mistérios em podridão,
Cortar e evitar tão frias-sinceras palavras.

Pequenas doses de ironia que animam o contraditório aprendizado paterno,
Foi assim e sempre será.

O poeta não se nega a palavras pesadas,
Tampouco esquece passadas perdendo a calma.

Augusto dos Anjos e Demônios:
Cegas aos filhos da salvação,
Cospe revelando a lepra ao povo decadente.

Augusto, desgraça d’alma.


             
                               Talbert Igor

TAPETE DE OXALÁ





Vento febril dum entardecer nublado, buscas perdidas...
Preciosos tesouros que com o tempo envelhecem assim como nós.
Redescobrir papeis de poeira,investigar palavras e orações. 
Definhar as certezas fúnebres do passado, madrugadas de ecos sobre tapetes e quartos.
Verdes folhas refletem amarelado quente solar,cura árida tal qual o clima.
Terra em fumaça desliza pedras, ardência de dias em degastadas entranhas .
 A velha senhora prepara seu chá milagroso.
Capim santo sobre pobres-desentendidas formigas, costumes orgânicos sobre líquidos milagrosos.
 Tapetes e ofertas à oxalá.


               Talbert Igor