Um passarinho pulou, pulou ligeiro
Por sobre os meus olhos de cupim
Procurando consumir, o meu anseio primeiro
Desleixando o seu canto agudo por sobre mim.
Esta miudeza alada desfila seu tino
De galho para galho, vigiando em bicados
Da astúcia e badogue que desvia do menino
Observando os ângulos, as arestas e os lados.
Meu pequeno anjo de penas matinais
Colore e reflete cada ponto de leveza
Aponta pinceladas com silêncio de incerteza
Do que acontece nas penumbras cardeais.
Primo dum tal Bluebird Bukowskiano
Avoando em ideias, palavras e boatos
Irmão do Corvo-Edgar que escapa do poço folheado
Das canções estendidas por sob retas dos planos.
A sobrevivência dos vaga-lumes é condenada
E no que segues escapando outra vez
Na cegueira aberta que sempre se desfez
O rastro que espalha e liberta na estrada.
Talbert Igor