O deus pagão morreu no cume da montanha,
Aleijado de idéias e traído pelo berro da canção
Sucumbido pelo visgo amargo da peçonha
Como numa estória medonha ramificada pelo chão.
Nas artérias e nos rastros que o globo deixou
Nos quilômetros da mente traduzidos em calmaria
Que a natureza volta a cobrar nos sais de avaria
Pois nas cousas corriqueiras a carne fraternal passou.
O anjo torto combateu duramente sete vezes o mau agouro
E buscando o corpo pagão que jazia além das terras ao norte
Partiu do extremo voo rasante para um desfecho vindouro
Onde o equilíbrio de seu mestre tragicamente encontrara a
morte.
O filósofo tolo divulgava as correntes asquerosas do mal
E de todos os mapas que o zodíaco expelira
Os homens ofertavam fertilidade dançando a Lyra
Sobre as tempestades incertas que cercavam Baal.
Então a romaria seguiu por todo o sempre semeando nova
aurora
Surgindo em novas cabeças e se espalhando por novas canções
Pois o deus que zarpara em trilhas lamacentas de outrora
Ressurgia na estória pagã doutro ser em repetidas ações.
Os homens traem-se amistosamente e continuam a perpetuar a mazela.
Brindam com canecas de
palavra e pratos de ideia,
Dividem em partes desiguais as partes da pangeia
Adorando formas de espiral e deuses remanescentes do ar.
Talbert Igor