Estando na janela de um desses prédios antigos
daquelas redondezas
Bem na janela do meio,
Podem-se ver os pés sendo engolidos por calçadas
idosas e por ruas agitadas.
Podem- se ver!
Os homens em seus detalhes despercebidos de rotinas.
Na feira, carregando caixas de verduras.
Em bares ou cuspindo no chão.
Suas mulheres com olhares cozinhados para lojas,
Carregadas de crianças e verbos prontos para serem
descarregados a qualquer momento.
Podem-se ver todas essas pessoas,
Mas elas não podem ver muito além do que está
próximo.
Passos do conhecido ao desconhecido de portas
Chegando ao túnel e depois o porto.
Outro homem foi atropelado juntamente com seu saco e
alumínios.
Ainda um homem,
Vestido em sua pele escura
E deixando adormecer todo seu instinto e revolta.
Às vezes esquecemos de que eles também são iguais a
nós.
Alguns outros se aproximam criando uma grande massa
E essa engole aquela figura estendida no asfalto.
Mas acho que logo se cansaram do modelo.
Uns tantos outros caminham muito além com seus sacos
e alumínios
Misturando-se aos concretos e automóveis
Nos tamarineiros, nas sombras e nas massas de gente.
Nos becos e paralelepípedos,
Nas ladeiras dos nossos dias.Talbert Igor
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