terça-feira, 29 de setembro de 2015

GRILOS DO ITAPICURU





As piabas deslizam suaves em plena corrente
Da pedra grande de superfície musguenta
E o homem com chapéu de palha se lamenta
Por não capturá-las em seu aió recorrente.

O itapicuru que se estende por terras cipoenses
Reflete as mazelas dos que são explorados
Como o povo que ainda vive de pequenos bocados
Dos cabrestos da política panis et circenses.

Pobre de ti, ó rio de forma caudalosa
Desde a nascente que corre em curvas de s
Essa gente que não se importa e até se esquece
Apenas saqueiam suas areias de forma assombrosa.

Na parte mergulhada das suas águas impuras se esconde
Amontoados de aventureiros em banhos arriscados
Sob a sujeira que segue dos esgotos desgovernados
Que vem viajando desde Jacobina até a cidade do Conde.

Extingue-se a cada vez que subtraem a fauna-flora
E vives com uma pequena fatia de momento afetuoso
Pois nesse tempo com estridulação de grilo jocoso
Restou-te apenas a erosão que o seu solo devora.



Talbert Igor

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