segunda-feira, 1 de abril de 2013

UM SALIERI A MAIS NA MADRUGADA SOTEROPOLITANA





A base de café e pulsando seus efeitos energéticos

Adentro a noite com certo espírito Salieristico

De quem observa as cenas, calado.

Armstrong trabalha seu som na quietude de uma noite dominical

Passo do Wonder ao calor em ar abafado

Chopin da à sobra do nono- último prego em Mi bemol

E a madrugada ressoa ao clássico.

Um Antonio com a demagogia gasta,

Palavras e olhares engaiolados por um córtex de olheiras

Mefistofélico Paganini corroendo as construções em Dó menor

Aracnodactilia cuspindo aos dedos, violino e as graças de Marfan. 

Amadeus ao desprezo de quadros parados

Sonata ao luar morto desse céu poluído

O relógio corre às três da manhã em ode à alegria.

A alvorada é doce e silenciosa

Enxergo aos olhos mortuários de Salieri

Canso-me de tantas bobagens recolhendo a carcaça.

Enquanto as aves despertam o astro,

Ravel e seu Bolero contam a história do fim do mundo.




Talbert Igor


Nenhum comentário:

Postar um comentário