sábado, 27 de outubro de 2012

MÁSCARA DE CHUMBO

                                                         (Imagem Isadora Poulain) 



Uma máscara foi oferecida ao inabitável coração!
Diluiu densas cores dessas nuvens voltando-se de pés passados.
Já não se tinha palavras sorridentes 
Nem mesmo desvios de olhares.
Captar pétalas e sopra-las ao vento 
Já foi trabalho prazeroso até para nós. 
Tudo que se pede é recostar por pernas, 
Descansar as ilusões e delírios.
Qualquer círculo negro é chamativo para luzes curiosas.
Ir-se embora as seis e meia já virou rotina 
Assim como cenas da velha memória.
Ouvir a história já sabendo o final é sentir esse tempo chegar.
De nada adianta temer o mar, 
Quando se pode devorar vento e cuspir areia.
Alguma coisa faz perturbar, 
De longe sente-se angústia evaporando de retinas... 
Sonhos virariam chumbo, 
Como se o silêncio não fosse inquieto para um corpo paranoico.



                       Talbert Igor


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