Vomito a baía de todos os santos.
Nas vacas magras dos dias sujos
Nos apuros religiosos dessas aves tortas,
No praguejar cigano e andarilho
Através do trilho enferrujado do subúrbio soteropolitano,
Vomitando devoção por todos os santos.
Vomito a baía de todos os santos.
E, persistindo na memória, Deus não aparenta ser tão lúdico.
Pois nesta terra de tantas elevações contorcidas,
Os tambores cortam ruínas de ruas aterradas
Se repetindo no mandato de monarquia através de arestas,
Vomitando ares barrocos por todos os santos.
Vomito a baía de todos os santos.
A mazela contida no segmento da vida homogênea
Boca do inferno datado de colônia desprovida
Do condor em transitoriedade entre espumas flutuantes
Para ti, senhora dona Bahia - heterogênea de pranto,
Vomitando notáveis concretos por todos os santos.
Vomito a baía de todos os santos.
No farol que aponta incertezas de calçadas
Para cada dia do ano que tem um representante crucificado
Aos pontos de terreiros dos pretos velhos pescadores d´alma
A fumaça que sobe dos castiçais que Brotas remando,
Vomitando palavras amaldiçoadas por todos os santos.
Vomito a baía de todos os santos.
Aspiro ao misticismo dos olhares
Da mefistofélica guarita da vida
Restando a antropofagia da semana
No cume de crânios e na epifania de elevadores,
Vomitando a sombra cósmica de todos os santos.
Vomito a baía de todos os santos.
Na encruzilhada que oculta traços sob a praça do poeta
Que corta o traço alcoolizado de segredo erradicado
Que define a lei
repetida por papila arrastada
Onde matéria se exprime trocando astros por círios,
Vomitando a acidez maculada de todos os santos.
Talbert Igor
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