domingo, 20 de maio de 2012

CAMARADAS




O trinco e a chave se repelem e procuram encontrar o contexto...
Os camaradas se reúnem e desenterram histórias da memória outra vez.
Já não são os mesmos de tempos anteriores.
Um camarada partiu e provou o negro mistério de uma cidade, a carne tornou-se um vício diário. 
Outros se perderam e ingressaram no clã do retardo temporal.
O fascínio pela lua elétrica... A língua de gestos falseados é cultuada.
Vejam que o destino de um chega a ser fraseado por outras bocas,
O tempo passa e a mudança é aparente para boa parte desses fios de crânios.
Outro continua sedento por respostas, procura vencer as mazelas, para coroar-se rei do próprio mundo,
Pois já tem outro que lança a loucura de vendavais e cria um sósia perfeito de si mesmo.
O tempo anda depressa, como sempre são os momentos raros.
Outro exclama do circulo para as paredes e o telhado:
-Não há nada que uma boa dose não resolva!
Vem outro e exclama:
-Camaradas, sairemos dessas sobras de tormentos!
Mais uma voz surge:
-Ouvistes agora?
É o orador desse maldito círculo... É a voz que ecoa baixinho rente a escuridão.
O trinco e a chave se unem e procuram esquecer esse contexto.
Os camaradas partem sem um aviso prévio, apenas com apertos de mãos.


                                Talbert Igor

2 comentários: